Nomes para a história

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Afonso Paulino

Em 1942 instalou a primeira padaria de Bertioga, localizada na esquina das atuais Avenida Vicente de Carvalho e Rua Irmãos Braga. A padaria ficava ao lado da residência dele. Em 1947 foi vendida para João Rodrigues  que a transferiu para outro endereço, na Rua Irmãos Braga, com o nome de Panificadora São João da Barra, em homenagem ao Forte São João.

Alberto Hugo de Oliveira Caldas

Atuava em São Paulo como médico cirurgião dentista. Sua filha, Lourdes de Oliveira Caldas, casou-se com João Baptista de Mello Peixoto Neto em 1937. Em Bertioga, destacou-se como empreendedor imobiliário e foi um dos sócios fundadores da Sociedade Urbanística Bertioga (1938) e Praias Paulistas (1946). Na década de 1950 instalou a primeira olaria e a primeira fábrica de blocos de cimento de Bertioga. O “cidadão bertioguense” Professor Doutor José Renato Nalini (desembargador aposentado, ex-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e Presidente da Academia Paulista de Letras) começou a frequentar Bertioga hospedado na casa de Alberto Hugo Oliveira Caldas, cujas netas eram companheiras de juventude: Sara, Lia, Sandra. “Uma juventude dourada e feliz, prenunciando um futuro luminoso“, disse José Renato Nalini discursando em um evento no Tribunal de Justiça. Alberto Hugo de Oliveira Caldas contribuiu para o desenvolvimento urbano planejado de Bertioga, com a futura geração de empregos e tributos. Também é lembrado por ser um dos sócios fundadores do São Paulo Futebol Clube, sendo seu primeiro Vice-Presidente.

Alfredo Xavier

Nasceu em 1897, no Guarujá. Era filho de Manoel Bernardino Xavier e Francelina Bertolina Xavier. Alfredo Xavier mudou-se para Bertioga em 1915 e casou-se com a prima, Benvinda Faustino Xavier. Trabalhou a vida toda como pescador. Tinha um rancho de pesca, onde guardava as canoas, e ficava onde hoje estão os jardins da Avenida Vicente de Carvalho, próximo a antiga “ponte de atracação”. Também cuidou de umas terras da “Cia Urbanística de Bertioga” em frente a Avenida Thomé de Souza. Alfredo Xavier tinha um cerco feito de taquara, no Canal de Bertioga, onde hoje é a ponte de atracação das balsas, contou seu filho, Enéas Xavier, em entrevista ao Costa Norte. Alfredo Xavier faleceu em 1974. Alfredo Xavier é neto do português Manoel Benedito dos Santos e da índia Margarida, que viveram no Guarujá/SP, mais precisamente no Costão das Tartarugas (Enseada). Manoel Benedito dos Santos trabalhou, de 1871 a 1878, como 2º Faroleiro do Farol da Ilha da Moela, nomeado pelo governo imperial em substituição a Francisco Elias Jorge.

Antônio Rodrigues (náufrago/degredado)

Era um português, comerciante, que viveu na primeira metade do século XVI. Pode ser um náufrago, que chegou juntamente com João Ramalho ao Brasil, alguns anos antes de Martim Afonso de Sousa. Foi um grande colaborador do Bacharel Mestre Cosme Fernandes na povoação de São Vicente. Depois, participou da “Conferência de Bertioga” para expulsão do Bacharel e fundação da Vila de São Vicente.

Antônio Rodrigues de Almeida (nobre português)

Foi um nobre português. Pode ter contribuído nas primitivas instalações do Forte São Thiago (Forte São João) em 1531 e foi o responsável por coordenar a construção da fortificação de pedra e cal, de 1560. Antônio Rodrigues de Almeida administrava muitas terras na região. Essas terras pertenciam a Pero Lopes de Souza, irmão de Martim Afonso de Sousa e donatário da Capitania de São Vicente. Com o seu falecimento, a viúva Isabel de Gamboa, primeiro passou procuração para Jorge Ferreira e depois para Antônio Rodrigues de Almeida administrar seus negócios. Em 18 de novembro de 1566, Antônio Rodrigues de Almeida concedeu a Paschoal Fernandes uma grande parcela de terras, que compreendem o que hoje é o território de Bertioga até São Sebastião.

Antônio Rodrigues (comerciante do Indaiá)

Antônio Rodrigues nasceu no dia 16 de março de 1925 no Guarujá/SP. Ele era filho do imigrante português José Rodrigues e da descendente de indígenas Maria Garcês do Espírito Santo. Chegou em Bertioga, no bairro do Indaiá, em 1930, aos cinco anos de idade. Trabalhou no sítio de José Ermírio de Moraes como jardineiro por nove anos. Depois, aos 18 anos de idade, foi balconista do comerciante libanês Jorge Isaac. Com a experiência adquirida, logo monta uma venda, composta de um bar e um mercadinho, chamada de “Santo Antônio”, no qual trabalhou até 2002, por quase 45 anos. Foi um dos comerciantes mais respeitados da cidade. Seu comércio era ponto de encontro de personagens políticos, como João Goulart, Paulo Maluf e Jânio Quadros. É o primeiro morador do Indaiá a ter rádio, televisão, luz e carro, que servia como transporte aos moradores quando precisavam de atendimento médico na Vila, na década de 1940. Em 1975 iniciou uma imobiliária em sociedade com o então Prefeito de Santos Antônio Manoel de Carvalho. Quando o comércio fechou, passou a trabalhar no ramo imobiliário, com muito sucesso dele e dos filhos sempre dedicados. As primeiras festas da tainha em Bertioga realizavam-se tradicionalmente no Indaiá e em Itaguaré. Eles precedem a atual festa promovida pelo Lions Clube, no Centro de Bertioga. Antônio Rodrigues é considerado como um dos fundadores da festa da tainha realizada no Indaiá. Foi casado com Cleunice e tiveram cinco filhos: Marly, Antônio, José Carlos, Wilson e Rosely. Faleceu no dia 11 de setembro de 2022, aos 97 anos. Teve a honra e o reconhecimento de ver seus descendentes atuando no Legislativo Municipal, representando os interesses da população. Seu filho Toninho Rodrigues foi Vereador em Bertioga por vários mandatos. O neto, Matheus Rodrigues, atualmente é Vereador em Bertioga.

Armando Lichti

Foi cônsul da Venezuela em Santos. Em Bertioga, foi o proprietário da Granja Zilá, instalada ao lado do Forte São João, onde antes foi a Chácara dos Jambeiros, de João Basílio dos Santos, e a pensão do casal Bertha e Germano Besser. Foi um grande representante das demandas da população local na década de 1940. A preservação da história de Bertioga teve um grande esforço de Armando Lichti e sua família. Merecem ser reconhecidos por isso. Era casado com a Professora Alzira Martins Lichti, Inspetora Escolar de Santos que atuava no acompanhamento das escolas de Bertioga e do Indaiá. O filho, Fernando Martins Lichti, escreveu o livro “Poliantéia de Bertioga” e “Poliantéia Santista”.

Bertha e Germano Besser

Ao lado do Forte São João, no final da década de 1920, em terreno antes ocupado por João Basílio dos Santos, o casal de alemães Bertha e Germano Besser instalou uma pensão, com oito quartos, sala, varanda, uma ampla cozinha, onde eram servidas peixadas e fabricados pães de centeio por Dona Bertha. Porém, com a declaração de Guerra à Alemanha, Itália e Japão, todos os imigrantes dessas nacionalidades foram impedidos de permanecer residindo no litoral, e precisaram se mudar para o interior. Bertha e Germano Besser mudaram-se para São Paulo, com os filhos, onde faleceram muitos anos depois. A casa foi arrendada a Armando Lichti até 1949, quando voltou a ser ocupada pelos familiares de Bertha e Germano Besser, para depois ser vendida para Antônio Domingos, que a alugou para Duarte instalar ali, na mesma casa onde um dia já foi uma pensão, o histórico restaurante “Zezé e Duarte”. A casa foi demolida no final da década de 1990.

Boaventura José Ribeiro

Em 1866, foi designado como professor para a cadeira de primeiras letras em Bertioga, sendo o primeiro a assumir essa função. Em 1870 foi substituído por José Feliciano da Silva Anjos. Em 1871 assume essa função Francisco Solano Ferreira Gonçalves.

Brasilino Vaz de Lima

Nasceu em São Paulo em 1898. Era médico já pelos anos de 1934. Era formado pela Escola de Viena, especializado em ouvidos, nariz e garganta. Atendia na Praça Ramos de Azevedo, nº 16, em São Paulo. Em 1937 já estava atuando como médico da Prefeitura de Santos. Em 1947 foi nomeado médico sanitário do Estado de São Paulo. Foi médico do Posto de Puericultura de Bertioga entre as décadas de 1950 e 1960.

Brasilino Vaz de Lima é reconhecido como um dos fundadores do Pronto Socorro Municipal de Santos em 1937. Foi o médico que fez o primeiro atendimento na unidade de saúde que acabava de ser inaugurada pela Prefeitura de Santos.

Casado com Julia Teivelis Vaz de Lima. Era filho de Brasilino Vaz de Lima e Deolinda Barbosa de Lima. Faleceu dia 1º de maio de 1972, em Santos/SP. Foi sepultado em São Paulo, no Cemitério da Consolação.

Cesário João Bichir

Foi um dos primeiros comerciantes a se instalar na atual Avenida Vicente de Carvalho, no início da década de 1920, mas logo mudando-se dali. De origem libanesa, um dos pioneiros na ocupação da Vila de Bertioga logo após a instalação do serviço de transporte de passageiros entre Santos e Bertioga. É lembrado pelos autores como “Cesário Turco”. O seu comércio ficava numa casa construída e alugada por Joaquim Tavares, na Avenida Vicente de Carvalho, nº 28. Depois, essa casa foi ocupada por Geremias Gomes e alugada por João Sabino Abdalla no início da década de 1930. Nesta mesma casa, em 1955, foi instalada por Coriolano Mazzoni a “Viga-Mestra”, primeira casa de materiais de construção de Bertioga. Em 1924, após a assembleia geral realizada na Colônia de Pescadores, aos presentes foram oferecidas bebidas no armazém de Cesário João Bichir e almoço no armazém de Joaquim Tavares.

Coriolano Mazzoni

Um dos principais precursores de Bertioga. Grande empresário, chegou em Bertioga em 1950. No mesmo ano, inaugurou o Hotel e Restaurante Umuarama em Bertioga, na esquina com a Avenida Vicente de Carvalho e Thomé de Souza. Em 1955 instalou a primeira loja de materiais para construção de Bertioga, a “Viga-Mestra”. Sempre teve o filho, Licurgo Mazzoni, ao seu lado na administração dos negócios. Em 1956, por curto tempo, implantou o primeiro cinema de Bertioga. Instalou em 1965 a primeira agência bancária de Bertioga, da qual foi seu gerente. Foi Subprefeito de Bertioga.

Cunhambebe

Cunhambebe (Konyan-Bébe) foi o líder do povo Tupinambá, provavelmente entre os anos de 1530 e 1555, sendo substituído por seu filho, que tinha o mesmo nome. O Cunhambebe pai foi o temido rei que Hans Staden conheceu, descrevendo-o como forte, com uma pedra verde atravessando os lábios e com um longo colar de conchas enrolado no pescoço. Era vaidoso e reconhecido por devorar seus inimigos portugueses. Foi o maior guerreiro entre todos de sua época. Já o seu filho, preferiu a diplomacia e foi um dos grandes articuladores do acordo celebrado no Armistício de Iperoig. Cunhambebe, o pai, morreu de varíola, em 1555, após ter contraído a doença de colonos na expedição do diplomata francês Nicolas Durand de Villegagnon. Já Cunhambebe, o filho, foi assassinado em 1563 pelos portugueses, em um gesto de traição ao acordo de paz que haviam celebrado com os Tamoios.

Diego de Braga e os filhos

Quando Martim Afonso de Sousa chegou em Bertioga, em 1531, Diego de Braga e seus cinco filhos já deviam morar de modo precário em Bertioga ou nas adjacências, pelos lados de São Vicente. Era um náufrago ou degredado. Português, Diego de Braga era casado com uma indígena. Eles tiveram cinco filhos, João de Braga, Diogo de Braga, Domingo de Braga, Francisco de Braga e André de Braga. Foram eles que construíram com a ajuda de amigos Tupiniquins a primeira fortificação, a “paliçada” ou “caiçara”, em 1547, destruída no mesmo ano por um ataque do povo Tamoio.

Durval Bruzza

Foi médico pediatra. Chefe do Centro de Saúde de Bertioga e Pediatra do Serviço Escolar da Prefeitura, nas décadas de 1970/1980. Nasceu em 1914, em Morro Agudo/SP. Se radicou em Bertioga em junho de 1962. Casado com Maria Rita, a Marita, tinham um filho, que trabalhava como Escrivão de Polícia, em São Paulo/SP. Considerado por muitos como um missionário. Cuidava de todos os detalhes do prédio do Centro de Saúde, que apresentava diversos problemas estruturais. Muitos consertos, como o do telhado, pagou do próprio bolso. Usava o seu próprio carro para atender à população. No dia 18 de outubro de 1975 foi homenageado em Santos, recebendo das mãos do Prefeito de Santos a “Medalha do Mérito Médico” pelos trabalhos sociais realizados em Bertioga. Dr. Durval Bruzza faleceu em 1982.

Epiphânio Batista (Faninho)

Foi um dos comerciantes mais antigos da cidade. Conhecido popularmente como “Faninho”. Nasceu em Bertioga em 15 de junho de 1912. Era filho de Amâncio Gustavo Batista e Augusta Francisca Batista. No Recenseamento de 1920 a família Batista já estava indicada como proprietária de terras rurais na Vila. Moradores históricos. Viveram em uma casa de madeira instalada próxima da antiga “ponte de atracação” e onde hoje ficam os jardins. No início da década de 1940 instalou o “Bar do Faninho”, ao lado da “venda” de João Sabino Abdalla, em imóvel que teria sido originalmente uma casa de Joaquim Tavares. Na década de 1970 o “Bar do Faninho” é transferido para outro imóvel, continuando em frente a Avenida Vicente de Carvalho, só que agora mais próximo ao Forte São João, com o nome de “Cantinho do Faninho”. Epiphânio Batista, antes de se dedicar ao comércio, foi piloto das lanchas da Companhia Santense de Navegação.

Elias Nehme

Elias Nehme nasceu 1888, em Duma, no Líbano e chegou no Brasil em 1914. Era filho de Nehme José e Catharina Nehme. É um dos nomes mais respeitados da história de Bertioga. Foi um dos primeiros comerciantes da Vila de Bertioga. Inicialmente trabalhou como mascate, vendendo mercadorias em bancas em frente a ponte de atracação na atual Avenida Vicente de Carvalho. Na década de 1930, instalou uma casa de madeira no local onde hoje está a Avenida Vicente de Carvalho. Em 1939 adquire do espólio de Joaquim Tavares um lote em frente a essa casa de madeira, onde constrói um estabelecimento comercial de alvenaria (bar e mercearia), chamado de “Bar, Restaurante e Armazém Mar e Terra”. Também é lembrado por ter instalado a primeira casa de hospedagem de Bertioga, a Pensão Paulista, em frente à praia da Enseada. Era casado com Leonidia Ferreira Nehme, com quem teve as filhas Aracy Nehme Albino (casada com Manoel Antonio Albino) e Isaura Nehme Redivo (casada com Fortunato Redivo Filho). Faleceu no dia 30 de agosto de 1962 em Santos/SP e foi sepultado em Bertioga/SP.

Elza e João Scardini

João Scardini foi proprietário nas décadas de 1910 à 1930 de uma elegante perfumaria na Rua Aurora, no Centro de São Paulo. No início da década de 1940 instalaram em Bertioga a “Pensão Holandesa”, que mais tarde seria vendida. O local ficou conhecido, posteriormente, com o nome histórico de “Hotel 27”. O casal está sepultado no Cemitério de Bertioga.

Eunice Olsen Lobato e Jerônimo Lobato

Chegaram em Bertioga em 1970. O casal deve ser lembrado e prestigiado pela história como um dos principais personagens da emancipação político-administrativa de 1991. Trabalharam muito por essa conquista.

Francisco Quartim Barbosa

Nasceu no ano de 1888. Era filho de Francisco de Paula Moreira Barbosa e de Francisca Quartim Barbosa. Dentre seus irmãos, destacamos João Quartim Barbosa, influente advogado em São Paulo nas décadas de 1910/1920. O Dr. Francisco Quartim Barbosa foi médico do Serviço Social, formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1917. Exerceu a Medicina por muitos anos em Avaré e Bauru. Fundou na Capital Paulista a Liga de São Lázaro de assistência aos leprosos e o Lar dos Desamparados (Lar Escola São Francisco). Foi também médico da Casa do Pequeno Trabalhador e fundador da Previdência Médica da Associação Paulista de Medicina. Foi membro da Associação Paulista de Medicina e sempre era requisitado para palestras na cidade de São Paulo ou no interior no Estado. Segundo contou sua filha Lúcia Barbosa Lemos em uma entrevista concedida em 1995 ao Jornal da Baixada, Francisco Quartim Barbosa ficou sabendo da existência de Bertioga em 1936, através de um amigo, e no ano seguinte, em 1937, se mudou com a família para Bertioga. Ao chegarem, ficaram hospedados na Pensão Paulista. Ainda em 1937, fundou a Sociedade dos Amigos de Bertioga – SAB, que divulgava intensamente a Vila de Bertioga em São Paulo, organizando caravanas semanalmente, para banhos de mar, peixadas e piqueniques. A Sociedade dos Amigos de Bertioga – SAB instalou um posto sanitário com visitas médicas semanais. Funcionou em uma antiga casa, ao lado do Forte São João, onde viveu Gabriel Fernandes Garcez. Consta que Francisco Quartim Barbosa foi um dos fundadores da “Sociedade Urbanística de Bertioga” e das “Praias Paulistas”. Disse sua filha Lúcia Barbosa Lemos que José Ermírio de Moraes tinha um térreo e deixou Francisco Quartim Barbosa encarregado de lotear e vender os lotes. Depois recebeu como pagamento um desses lotes. Segundo o jornal “Correio Paulistano”, faleceu em Bertioga no dia 10 de setembro de 1952, mas foi sepultado na capital paulista.

Gabriel Bento de Oliveira Filho

Gabriel Bento de Oliveira Filho nasceu no Guarujá/SP em 1871. Foi casado com Maria da Glória de Oliveira (neta de Manoel Benedito dos Santos). Era servidor público da Prefeitura de Santos. Começou como Professor na Escola da Enseada, no Guarujá/SP, por volta de 1902. Foi Professor na Escola Municipal de Bertioga entre 1907 e 1919 e na mesma época foi Professor da Escola Municipal da Cachoeira, no Guarujá/SP. Segundo publicações oficiais, em 1919 estava morando em Bertioga e era eleitor. Em 1923 foi Presidente da Colônia de Pescadores de Bertioga. Já em 1924 estava morando na Cachoeira com a esposa. Um dos seus irmãos, Floriano de Oliveira, era pai de Marly, que foi casada com Orestes Alexandre do Amparo. Em 1926 foi aposentado por problemas de saúde. Faleceu em 1943 e sua esposa Maria da Gloria de Oliveira faleceu em 1967. Gabriel Bento de Oliveira Filho era o primogênito de Antonia Firmina de Oliveira e Gabriel Bento de Oliveira que, vindo de Itanhaém, e após um período de seis anos em Santos/SP, comprou em 1872 de Cândida Olintho de Carvalho e Oliveira o sítio Cachoeira, localizado na Estrada Guarujá-Bertioga, onde se dedicou, principalmente, ao cultivo de cana-de-açúcar.

Gabriel Fernandes Garcez

Nasceu em Bertioga em 1846, foi um dos pescadores mais antigos. Viveu até os 95 anos em uma casa localizada próxima ao Forte São João, construída por seu sogro em 1841. Foi nesta casa que em 1971 foi instalado o Pronto Socorro Municipal. Parte de suas terras foram adquiridas por Armando Lichti em 1942. Atualmente, no local, está o “Parque dos Tupiniquins”.

Humberto da Silva Piques

Era português. Estudou em Lisboa. Em 1929 já estava no Brasil, trabalhando na Pharmacia Galeno, na Rua Oriente, nº 42, em São Paulo, Capital. Foi aprovado em 4 de janeiro de 1939 no exame de Oficial de Farmácia. Na década de 1960 instalou a primeira farmácia particular de Bertioga, com fins comerciais. Trabalhava com sua esposa, Dona Leonésia Saula Piques. Humberto da Silva Piques participava ativamente da vida política e social de Bertioga, pleiteando junto as autoridades santistas melhorias aos moradores locais. Em 1969, juntamente com Henrique Costábile, fundou o Clube de Campo e Pesca de Bertioga. Faleceu dia 25 de junho de 1975 e foi sepultado em Bertioga.

Irene Vaz Pinto Lyra e Diney Lyra

Irene Vaz Pinto Lyra nasceu no dia 20 de outubro de 1935, em Agudos, interior de São Paulo. Ainda menina mudou-se com a família para Santos e anos depois para Bertioga. Começou a trabalhar ainda nova, em um salão de beleza e logo abriu o próprio estabelecimento. Aos 21 anos conheceu o marido. Diney Lyra nasceu no dia 2 de abril de 1928, em Santos, filho de João Lyra e Deolinda Rocha Lyra. Casaram-se no dia 28 de maio de 1957, em Santos. Tiveram três filhos: Marcelo, Mylene e Ney. Em 1965 Irene decidiu fechar o salão e abrir uma escola de educação infantil, em Santos. Após alguns anos, comprou outro colégio, para atender todas as idades. Irene especializou-se em pedagogia e as escolas se firmaram na Cidade, funcionando por 13 anos. No final da década de 1960 a família começou a frequentar as praias de Bertioga e se apaixonou por um recanto no final da Enseada, a Praia do Indaiá. Fixaram-se em uma casa original de pescadores em julho de 1978 (um rancho). Irene escrevia crônicas para o jornal da cidade, com o codinome “Iris de Jesus”. Juntos iniciaram a construção do Indaiá Praia Hotel, inaugurado em 1981. O bairro do Indaiá tinha muitos problemas e por isso surgiu a necessidade de fundar a Sociedade de Amigos da Praia do Indaiá, que pleiteava urbanização e segurança pública. Dyney Lyra atuou como empresário da construção civil na década de 1980. Irene e Diney destacam-se como um dos principais articulares da emancipação político-administrativa. O “Movimento de Autonomia e Emancipação de Bertioga” foi criado em 1985, presidido por Licurgo Mazzoni. Nessa associação, Irene Vaz Pinto Lyra exercia a função de 2ª Secretária. Irene faleceu aos 72 anos de idade, em 12 de dezembro de 2007, deixando viúvo Diney Lyra.

João Ramalho

Nasceu em Portugal, em 1493, vindo a falecer em São Paulo em 1580. João Ramalho era um aventureiro português, que vivia entre os Tupiniquins. Foi designado por Martim Afonso de Sousa em 1531 para defender a entrada da Barra de Bertioga, protegendo a recém fundada Vila de São Vicente.

João Basílio dos Santos

Teria adquirido no início do século XX o casarão localizado ao lado do Forte São João, onde instalou a “Chácara dos Jambeiros”, que exercia atividade rural, especialmente a de criação de galinhas, para sua subsistência e, possivelmente, também vendia o excedente.

João de Andrade

Em meados de 1930, João de Andrade industrializava pães em um forno que possuía em sua casa, vendendo de porta em porta o produto para toda a Vila.

João Cesário Bichir

Foi um dos primeiros comerciantes a se instalar na atual Avenida Vicente de Carvalho, no início da década de 1930, mas logo mudando-se dali. É lembrado pelos autores como “Cesário Turco”.

João Estevam de Paula

João Estevam (Estevão) de Paula foi um dos primeiros a ocupar a parte “de baixo” da Vila de Bertioga (entre a Rua Júlio Prestes e Avenida Anchieta). Foi agricultor e comerciante. Nasceu em 1847 e faleceu aos 99 anos no dia 6 de março de 1946, em Bertioga/SP. Foi casado com Maria Loiola de Andrade. A filha mais velha, Nair Estevam de Paula, contou ao Jornal da Baixada que o pai dela era um homem negro, africano e a mãe era branca filha de alemães. Não sabemos as origens dos ancestrais do casal. Seus filhos eram, do mais velho ao mais novo: Brasílio (um dos fundadores do Bertioga Futebol Clube), Nair, Marina e Manoel (Maneco Criolo). Na Rua Júlio Prestes, na área hoje ocupada pela Igreja Católica São João Batista e por outros imóveis, João Estevam de Paula teve uma lavoura durante muitas décadas (1890 a 1930). Por volta da década de 1930 Nestor Pinto Florêncio de Campos se tornou seu vizinho, ocupando uma área ao lado. No mesmo local João Estevam foi proprietário de um armazém que vendia artigos de pesca. A casa dele era de pau-a-pique e ficava onde está a igreja. Eles tinham apenas a posse e saíram dali pressionados pelos proprietários Joaquim Tavares e pelo sucessor Cristovam Ferreira de Sá, segundo se interpreta da entrevista de Nair Estevam de Paula ao Jornal da Baixada e as ações judiciais que tramitaram na época: “os grandes poderosos vieram e foram tomando nossas terras”, disse Nair. Nas décadas de 1910/1920 existiam poucas casas na Vila: a de João Estevam, Raul Grande, Raul Piloto, Antônio Lourenço, Pedro Faustino, José Inácio Hora, Ezidio Jorge da Silva, Gabriel Fernandes Garcez. Eram considerados no contexto da época chefes de família, e por trás deles existiam esposas, filhos e netos. É nessa época (1910/1920) que os libaneses chegam em Bertioga como mascates e depois se estabelecem em casas de alvenaria de frente para a ponte de atracação das lanchas da Santense, cujo serviço acabava de ser implantado.

Joaquim Tavares

José Joaquim Tavares, normalmente referido como Joaquim Tavares, nasceu em Portugal em 1837 e faleceu em Santos/SP no dia 07 de agosto de 1929. Era casado com Maria do Carmo Tavares, nascida em 1873, e tinham como filho único Aristeu Tavares. 

Em 1918 adquiriu da Irmandade dos Carmelitas Fluminense parte das terras que compõem o atual Centro de Bertioga. Faleceu em 1929. Foi o doador, por escritura pública, do terreno, e possivelmente o responsável pela construção da casa para instalação da escola municipal de 1923. Contribuiu com o ordenamento e planejamento urbano do Centro de Bertioga com a criação da Vila Carmem.

José Adorno

É o principal dos cinco irmãos Adorno (José, Francisco, Antônio, Rafael e Paulo). São naturais da Ilha da Madeira, Portugal. Eram empregados de uma importante armada de navios. Vieram para o Brasil trazidos por Martim Afonso de Sousa, possivelmente com a recomendação do próprio rei. José Adorno possuía “sesmarias” em Bertioga e na região. Era um homem rico. Esteve presente na fundação do Rio de Janeiro com o fornecimento de diversas embarcações para expulsão dos franceses. Foi o responsável pela construção da Ermida de Santo Antônio do Guaíbe.

José de Anchieta

São José de Anchieta, como agora é conhecido, foi um padre jesuíta espanhol, que trabalhou na segunda metade do século XVI na “catequização” dos nativos. Nasceu em 1534 e faleceu em 1597, no Brasil. Sua passagem por Bertioga tem importância histórica em relação ao Armistício de Iperoig (Confederação dos Tamoios) e no milagre das luzes, na Ermida de Santo Antônio do Guaíbe.

José Ribeiro de Araújo

Foi um grande empresário do setor pesqueiro, especialmente tainha, intermediando negócios entre Bertioga e o Mercado Municipal de Santos.

Jorge Isaac Nehme

Nasceu em 1891, no Líbano. Chegou em Bertioga no início da década de 1920, estabelecendo-se no Indaiá. Foi proprietário de um antigo estabelecimento comercial no Indaiá e de um caminhão que buscava as mercadorias no centro da cidade. Seu estabelecimento comercial servia refeições e era sempre muito indicado e frequentado. 

José Ermírio de Moraes

Foi empresário, engenheiro, senador. Conhecido por ser o fundador do Grupo Votorantim. Passou a frequentar Bertioga em 1930, quando adquiriu o sítio de Vicente de Carvalho, no Indaiá. Foi através dos investimentos pessoais e do esforço político de José Ermírio de Moraes que a estrada que liga Bertioga até o Perequê, no Guarujá, foi aberta no final da década de 1930. O serviço de balsas foi instalado em 1954. A pavimentação dessa estrada somente ocorreu em 1959.

José Inácio Hora

Foi Inspetor de Polícia de Bertioga entre 1917 e 1924, mas é lembrado principalmente como Professor, atuando na Escola Isolada Vicente de Carvalho, na Vila, em Bertioga, a partir de 1924. É considerado como “o primeiro professor em exercício efetivo no então distrito de Santos”. Em janeiro de 1944 foi expedido decreto pela Prefeitura de Santos aposentando o Professor José Inácio Hora. Foi casado com Maria Benedita Hora.

Hans Staden

Nasceu em 1525 e faleceu em 1576. Foi um aventureiro alemão, que esteve por duas vezes no Brasil, em 1547 e em 1550. Na sua segunda viagem ao Brasil, por ser especialista em artilharia militar, foi contratado pela Coroa Portuguesa para trabalhar no Forte São Felipe (Forte São Luís). Foi capturado em 1554 pelos Tupinambás, mantido cativo até ser resgatado pelos franceses, no final do mesmo ano. Quando retornou a Europa, Hans Staden escreveu um livro de sucesso narrando sua aventura pelas terras brasileiras.

Laureano Dias

Um dos grandes articuladores do plebiscito que tentou a emancipação político-administrativa em 1958. Sempre participou ativamente das ações para melhorias na Vila. De família antiga e muito tradicional na Vila de Bertioga, foi casado com Percília e teve como filhos Lauro Dias, Ana Marta Dias Pereira e Brasil Dias.

Licurgo Mazzoni

Nasceu no dia 29 de setembro de 1931. Filho de Coriolano Mazzoni e Luiza Andretto Mazzoni. Chegou em Bertioga em 1955. Foi casado com a Professora Norma dos Santos Mazzoni. Tinha muitos amigos. Educado, muito calmo, paciente, culto e de opiniões bem definidas e independentes. Licurgo sempre se dedicou aos negócios da família, ao lado do pai, especialmente o Hotel Umuarama e a primeira e principal loja de materiais de construção de Bertioga, a “Viga-Mestra”, entre as décadas de 1950 e 1980. Foi o presidente da Comissão de Emancipação de Bertioga e um dos grandes articuladores do movimento emancipacionista que resultou no plebiscito de 1991. De 1985 até 1991 Licurgo abraçou o sonho e a missão de separar Bertioga de Santos. A população de Bertioga chegou a enviar um abaixo-assinado ao Prefeito de Santos Oswaldo Justo para que nomeasse um morador antigo da cidade como Administrador Regional e Licurgo Mazzoni era o mais cotado. Foi em vão e Oswaldo Justo preferiu nomear um morador recém-chegado, José Mauro Dedemo Orlandini. Esse foi um dos fatores que fortaleceu o movimento de independência de Bertioga. Participou ativamente do Lions Clube de Bertioga. Muitos esperavam que Licurgo fosse candidato nas eleições de 1992 a Prefeito, ou ao menos a Vereador, mas optou apenas em apoiar Arthur Richter para Prefeito, que não venceu. Faleceu aos 62 anos, no dia 22 de outubro de 1993. A Prefeitura de Bertioga, reconhecendo a grandeza de Licurgo Mazzoni, decretou três dias de luto e quando inaugurou a reforma do “atracadouro”, deu a ele o nome de Pier Licurgo Mazzoni. Fica no mesmo lugar onde estava a ponte de atracação das lanchas da Santense, destinadas ao transporte fluvial entre Santos e Bertioga, quase em frente onde era a “Viga-Mestra.

Luiz Pereira de Campos

Luiz Pereira de Campos nasceu em Santos, no dia 18 de julho de 1901, de família santista tradicional, sendo um dos numerosos filhos de Benedito José Pereira de Campos, um dos maiores comerciantes da história de Santos, e Maria Teodora Pereira de Campos. Estudou em Santos, no Colégio Dr. Cesário Bastos. Foi secretário da Bolsa Oficial de Café de Santos e depois ocupou o cargo de “fiel de armazém” na Companhia Docas de Santos. Faleceu em um acidente de trabalho no dia 07/06/1949. Foi casado com Leontina Martins de Campos. Não teve filhos. Tinha um espírito generoso e gentil. Os moradores da praia de São Lourenço foram por ele assistidos moral e materialmente, durante longos anos consecutivos. A canalização de água para o Jardim São Lourenço foi obra de sua iniciativa, bem como a construção da escola de São Lourenço, com seus poucos recursos, em terreno doado pela histórica família “Pinto” no ano de 1947. Segundo Vitor Pinto, em entrevista ao Costa Norte, Luiz Pereira de Campos, ou simplesmente, Lu, como era chamado, questionado sobre o motivo de mais uma escola em Bertioga, pois já tinha uma na Vila e outra no Indaiá, respondeu: “o povo precisa aprender sem ter que sair daqui e andar a pé”. Foi um homem caridoso. Disse Vicente Molinari que o mérito dele foi por longos anos prestar assistência aos moradores de São Lourenço. A transcrição da ata do Bertioga Futebol Clube indica Luiz Pereira de Campos como um dos seus fundadores. Foi homenageado pela Câmara Municipal de Santos em 1953 atribuindo-se, por lei, a uma das ruas da Vila de Bertioga, o nome de Luiz Pereira de Campos, onde hoje está localizada a sede da Prefeitura de Bertioga, o Paço Municipal Natanael Giraud Filho.

Luiz Carlos Battú Wichrowski

Nasceu no dia 27 de abril de 1930, em Ijuí, Rio Grande do Sul. Filho de Odolontina Battú e João Wichrowski. Irmão do famoso religioso o Bispo Dom Walmor Battú Wichrowski. Foi casado com Arabela e não teve filhos. Dr. Battú veio para Santos, onde foi médico prestigiado nesta cidade, e por todo o litoral. Foi o administrador do Pronto Socorro de Bertioga, de 1º de julho de 1972, até seu falecimento, em 25 de março de 1986. O Pronto-Socorro de Bertioga foi transferido no final da década de 1970 para a Praça Vicente Molinari, e Dr. Battú continuou como seu administrador. Esse novo Pronto-Socorro foi considerado na época como o melhor de todas as unidades da região, por ser amplo, bem equipado e com excelentes profissionais. Trabalhava-se em Bertioga por amor. Era funcionário público da Prefeitura de Santos, mas também desenvolvia um trabalho voluntário e anônimo por todo o litoral sul e até a cidade de São Sebastião. Tudo era feito sem a intenção de aparecer. Ajudava aqueles que necessitavam de apoio e assistência, não só médica, mas também humana. Tinha sempre uma palavra de conforto e carinho para aqueles que o procuravam. Era respeitado pelos demais colegas e profissionais de saúde, além dos amigos. Antes de ser sepultado no Cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, o cortejo com o funeral de Dr. Battú passou em frente a Santa Casa de Santos e os profissionais ocuparam todas as janelas do prédio, e com lenços brancos tributaram o último adeus ao grande médico. A Prefeitura de Santos homenageou Dr. Battú dando o nome dele ao Pronto Socorro de Bertioga. A Prefeitura do Guarujá também prestou homenagem à Luiz Carlos Battú Wichrowski dando nome a uma de suas unidades de saúde (Pronto Socorro da Vila Júlia). A Prefeitura de Mongaguá deu ao laboratório municipal de Agenor de Campos o nome do conceituado médico.

Manoel Candido Fonseca e Miguel Macedo

O “homem do telégrafo”. Era assim que Miguel Macedo ficou conhecido em Bertioga quando assumiu, em 1942, o posto que pertenceu ao seu pai, Manoel Candido Fonseca. Pai e filho chegaram em Bertioga em 1920. Nessa época, o posto do telégrafo ficava no Forte São João. Miguel Macedo trabalhou como telegrafista e na Companhia Santense de Navegação.

Manoel do Espírito Santo Guimarães

Morador de Bertioga na segunda metade do século XIX. Era proprietário de terras. Tenente da Guarda Nacional na Cidade de Santos. Foi comandante do Forte São João. Cedeu em 1857 uma casa de sua propriedade para que servisse como escola de primeiras letras. Casou-se em 1892 com Teresa de Jesus, viúva de José Pinto Florêncio de Campos.

Manuel da Nóbrega

O padre Manuel da Nóbrega nasceu em Portugal em 1517 e faleceu no Rio de Janeiro em 1570. Foi designado para negociar a paz, diante dos acontecimentos da “Confederação dos Tamoios”. Fez isso acompanhado do Padro José de Anchieta. Saíram da Vila de São Vicente em direção à Ubatuba, mas antes estiverem em Bertioga, no Forte São Tiago (Forte São João) apenas como escala, antes de partir pelo mar em direção à Iperoig (Ubatuba/SP).

Manoel Gajo

Manoel Gajo nasceu no dia 25 de janeiro de 1905, em Portugal e desembarcou no Porto de Santos em 1929. Passou pela França e Espanha antes de conhecer o Brasil. Casou com a alemã Wilhelmine Marie Petermann na década de 1940. Foi comerciante em São Paulo, onde teve três hotéis. Também teve uma carvoaria em Santos. Em 1946 resolveu morar em Bertioga devido a doença da sua esposa que precisava de repouso. Em 1947 comprou com Manoel Joaquim da Costa um terreno onde foi implantado o loteamento “Parque Estoril”. Doou 35 mil metros quadrados desse terreno ao Poder Público para instalação de um parque energético. Além disso, em Bertioga foi agricultor de bananas, dono de uma bicicletaria, de uma fábrica de blocos e pescador. Em 1961 compra o Hotel Umuarama. Faleceu em 1971, em Santos/SP.

Manuel Nunes Viveiros

Nasceu em 14 de julho de 1894, na Ilha da Madeira, em Portugal. Chegou em Bertioga em 1919. Veio trabalhar na casa dos seus tios. Primeiro, morou no lugar onde hoje é o atual cemitério municipal. Depois, mudou-se para o bairro Jardim Albatroz. Casou-se em Portugal, no ano de 1917, teve dois filhos, mas sua família somente veio para o Brasil em 1948. Desenvolveu várias atividades em Bertioga. Foi dono de uma carvoaria, teve plantações de banana e abacaxi, vendia madeira (caxeta) para Santos e foi proprietário de vários estabelecimentos comerciais, inclusive o lendário “Bar do Maneco Ilhéus”. Foi um grande empresário e um dos principais empreendedores da Vila. Tornou-se proprietário de terras e de todo o loteamento hoje conhecido como Jardim Albatroz. Faleceu em 1969. O seu neto, José Nunes Viveiros, tornou-se um dos maiores empresários da cidade, com comércio de gás, além de ter sido honrado pela população em elegê-lo vice-prefeito, por diversos mandatos.

Maria Hora

Foi parteira, nas décadas de 1920, 1930 e 1940, é o que se sabe do relato dos moradores mais antigos, como revelou Maricota, esposa de Nestor Pinto Florêncio de Campos, em entrevista. Ela é muito lembrada e sempre com reverência. Jamile Bichir disse em entrevista ao jornal “Costa Norte” que todos os irmãos e irmãs, filhos de Miguel Bichir, nasceram pelas mãos de Maria Hora. As crianças que ela realizava o parto sempre, quando viam Dona Maria Hora pela Vila, precisavam pedir benção a ela. Porém, também tinha outras mulheres parteiras na Vila (Idalina e Olimpia).

Martim Afonso de Sousa

Nasceu por volta de 1490, em Portugal. Morreu em 1564. Foi um nobre militar, donatário da Capitania de São Vicente. Esteve em Bertioga em 1531, quando determinou que o local passasse a ser vigiado, destacando para essa função João Ramalho e Diego de Braga e seus filhos.

Miguel Arcanjo

É considerado por alguns autores como a primeira autoridade policial de Bertioga. Os registros históricos provam que Miguel Arcanjo já exercia essa função no ano de 1928. Também é citado como negociante de terras na década de 1930. Foi o primeiro postalista (funcionário dos CORREIOS) de Bertioga. Foi agente das lanchas da “Santense”. Era Miguel Arcanjo quem tocava o sino avisando da saída da lancha.

Miguel Seiad Bichir

Nasceu em 18 de fevereiro de 1896, em Douma, no Líbano, uma vila localizada nas montanhas. Filho de Marta Bichir e Seiade Sawaya Bichir. Chegou no Brasil em 10 de junho de 1913, aos 17 anos. Primeiro, ele aportou nos Estados Unidos, onde tinha parentes, depois de um tempo veio para o Brasil e se instalou em Itanhaém na casa de familiares, “sua veia desbravadora sempre falava mais alto e ele seguiu sua caminhada até estabelecer residência em Bertioga, definitivamente”. Casou-se com Isabel Faustino dos Santos, em São Sebastião, em 19 de abril de 1919, segundo entrevista de familiares ao Jornal Costa Norte e conforme descrito em “Memória Histórica e Genealógica de Bertioga”. Dessa união teve nove filhos: Mercedes (1921), Seiad (1922), Nagib (1926), Roberto (1928), Miguel/Nino (1930), Darci (1934), Olívia (1936), Jamile (1938) e Neuza (1944). Foi um dos “precursores de Bertioga”. Um dos primeiros moradores da Vila. Primeiro fabricante de bebida destilada de Bertioga. Conseguiu através do seu trabalho tornar o sobrenome de sua família uma referência de respeito por Bertioga. Não veio para exercer atividade rural, mas para estimular o desenvolvimento urbano, com moradia e comércio. Estava nascendo uma cidade, a partir da Vila, e Miguel Seiad Bichir foi um dos poucos que enxergou Bertioga como um local promissor para viver e criar sua família. Miguel Seiad Bichir é nome consagrado na história. Foi um dos primeiros comerciantes da Vila de Bertioga. Inicialmente trabalhou como mascate pelo litoral, comercializando roupas, para depois instalar sua “venda” em frente a atual Avenida Vicente de Carvalho, comercializando a famosa e incomparável caninha da “Praia Preta”, por ele e seus filhos destilada nessa praia, no sítio da Praia Preta, chamado de “Casa de Pedra”, e que ficava no Guarujá. Suas atividades começaram em 1946. Descreveu “Poliantéia de Bertioga” que a fabricação de pinga era feita em regime de empresa familiar, contando com a mão de obra dos filhos Seiad, Roberto e Miguel (Nino). O cultivo da cana-de-açúcar era feito em terras próximas ao sítio. Após o corte, a cana-de-açúcar era colocada no engenho, acionado por burro ou boi. Mais tarde passou a ser usado motor a diesel. A bebida era reservada em cochos de madeira, por quatro dias a uma semana, e depois era destilada no alambique. Quando pronta era levada para Bertioga em canoas, onde era engarrafada na “venda” de Miguel Seiad Bichir pelas filhas Mercedes e Darci. A filha caçula, Neusa Bichir, em entrevista ao Jornal Costa Norte, recita os antigos dizeres “eu vou e volto e torno a pedir um litro de Praia Preta do Engenho do Bichir”, versinho feito por seu pai e que ficava exposto na venda do Bichir. Essa cachaça também recebeu o nome de “Praia Ninha”. A pinga era vendida em Bertioga e em Santos. A produção durou até 1956 quando o engenho foi desativado. A “venda” do Bichir foi vendida no final da década de 1960. Além disso, foi pescador, lenhador e proprietário de terras. Segundo “Poliantéia de Bertioga”, Miguel Seiad Bichir “muito contribuiu para a transformação da Bertioga pesqueira em turística”. Miguel Seiad Bichir é libanês, mas um verdadeiro bertioguense, que segundo “Memórias de Formação de uma Cidade”, do Costa Norte, “formou uma família de nome forte na cidade e com atuação nas áreas da saúde, direito, política e engenharia”.

Milton Pinto de Oliveira (Miltão)

Chegou em Bertioga em 1947, aos 22 anos, para trabalhar como pedreiro. Depois, tornou-se empreiteiro, segundo entrevista que ele mesmo deu ao Jornal Costa Norte. Foi jogador do Bertioga Futebol Clube. Um homem calmo, paciente, alegre, de muitos churrascos, de muitas amizades. Miltão, era como os amigos o conheciam. Morou a vida inteira na Vila, com a esposa e os filhos, estes bem-educados, inteligentes, sempre simpáticos e felizes, tal como o pai foi e merece ser lembrado.

Nestor Pinto Florêncio de Campos

Nestor Pinto Florêncio de Campos, nascido em Bertioga em 1893 e falecido em 1951. Inicialmente, morou em Itatinga e em meados da década de 1930 mudou-se para a Vila de Bertioga, disse Maria Luiza Josefa de Campos (Maricota), sua esposa, em entrevista ao Costa Norte. Seus familiares possuíram uma antiga mercearia em Bertioga. Foi um dos primeiros comerciantes da cidade. Essa mercearia ficava ao lado da Igreja São João. Vendia fumo de rolo, pães, cereais e sua esposa, Maria Luiza Josefa de Campos, preparava deliciosos doces. Em entrevista, Nilza Pinto lembrou dos doces da mãe. Dulce, filha de João Sabino Abdalla, contou que quando era criança, 1939/1940, ia buscar “sonhos” na venda do Nestor, feitos por Dona Maricota. Era muito gostoso. O seu avô, que já residia em Bertioga, José Pinto Florêncio de Campos, faleceu em 1891, Nestor não o conheceu, mas foi um importante proprietário de terras em Bertioga e patriarca de uma das famílias mais antigas e tradicionais da cidade.

Norberto Luiz

Era proprietário de terras rurais em Bertioga na década de 1920. É um dos poucos moradores citados no Recenseamento de 1920. Praticava a atividade de extração de caxeta (madeira nativa nessa faixa do litoral, muito usada, na época, para tamancos e caixas de frutas).

Norma dos Santos Mazzoni

A Professora Norma dos Santos Mazzoni tornou-se célebre na Vila de Bertioga.Ganhou o respeito dos alunos e a admiração dos pais. Tinha um talento admirável para ministrar aulas. Nasceu no dia 19 de junho de 1932, em Santos/SP, filha de Maria Constança dos Santos e Augusto Victor dos Santos. Professora da Prefeitura Municipal de Santos, enviada no dia 1º de abril de 1955 para Bertioga, com a finalidade de substituir outra Professora que havia se licenciado. Dona Norma, como ficou conhecida, já tinha vindo em Bertioga antes, mas somente a passeio. Segundo entrevista ao Jornal Costa Norte, ela se formou em 1950, mas só começou a trabalhar dois anos depois, no Colégio Lurdes Ortiz, na Ponta da Praia, em Santos. No começo, ela era Professora “eventual” (substituta), a ser escalada apenas quando uma titular faltasse, mas isso raramente acontecia. Só assumiu uma sala de aula quando veio para Bertioga. Ela chegou junto com outras duas Professoras, que foram destinadas às escolas do Indaiá e de São Lourenço. Lecionou por 26 anos na Vila de Bertioga, primeiro na Escola Mista Isolada Vicente de Carvalho e, depois, no Colégio Delphino Stockler de Lima. No primeiro dia em que chegou à cidade, Norma conheceu o seu marido Licurgo Mazzoni, com quem se casou em 1957 e tiveram um filho, Fábio Mazzoni. Foi Professora de dois Vereadores da primeira legislatura, lembrados por ela como estudiosos: Miguel Seiad Bichir Neto e Ney Moura Nehme. De 1955 até 1965 as aulas eram dadas com luz de lampiões, pois a energia elétrica somente chegou no final de 1965. Atuou ativamente no Lions Club, desde sua fundação em 1975, representando essa entidade em diversos eventos e compromissos públicos. Foi ministra da eucaristia na Igreja São João Batista. Depois de aposentada, contribuía com o marido na administração da Viga Mestra, primeira loja de materiais de construção, inaugurada em 1955, ao lado da venda de João Sabino Abdalla, na Avenida Vicente de Carvalho. Norma dos Santos Mazzoni faleceu no dia 18 de maio de 2022, aos 89 anos e foi sepultada no Cemitério de Bertioga. Em sua homenagem, a Prefeitura de Bertioga expediu o Decreto nº 3.931/22 dando ao antigo imóvel onde funcionou a “Escola Isolada Vicente de Carvalho” o nome de “Casa da Cultura Emancipadora Prof.ª Norma dos Santos Mazzoni”.

Pérsio Dias Pinto

Nasceu no dia 25 de fevereiro de 1943, em São Paulo, Capital. Segundo entrevista dada ao jornal “Costa Norte”, residiu no Brás, em São Paulo. Lá foi radialista, mas precisava de um emprego estável e surgiu uma proposta de trabalhar na Colônia de Férias do SESC, em Bertioga. Por isso, em 1971, com 28 anos, veio para Bertioga com a esposa Neomara Maria Dias Pinto. Permaneceu no SESC até 1978. Participou de várias provas de natação na região. Empresário, fundou em 1986 a Sorveteria Ilha da Fantasia, na Rua Humberto da Silva Piques, nº 129, no Jardim Rio da Praia, que depois passou a ter uma filial na Avenida Vicente de Carvalho, na Vila (Centro). Pérsio Dias Pinto foi um dos principais emancipacionistas, com uma atuação determinante para que o plebiscito de desmembramento do Distrito de Bertioga da cidade de Santos virasse realidade. Ao jornal “Costa Norte”, Pérsio disse: “fui o primeiro a assinar a lista a favor da emancipação, minha mulher foi a segunda”. Foi Presidente da Frente Paulista de Emancipação. Foi Vice-Prefeito de Bertioga de 1997 a 2000. Foi Diretor no Lions Clube de Bertioga e Presidente da Associação Comercial, Industrial e Pesqueira de Bertioga. Faleceu dia 18 de março de 2016, aos 73 anos. Educado, sempre simpático, amigo de todos. Deixou muitas saudades.

Romualdo Santana

Romualdo Santana foi Mestre da Companhia Santense de Navegação. Segundo seu filho Romualdo Santana Júnior em entrevista ao jornal “Costa Norte”, o seu pai foi o primeiro Mestre. Considerando que o serviço teve início em 1913, deve ter sido um dos primeiros profissionais da empresa dos “Porchat de Assis”. Romualdo Santana nasceu em 1912 em Bertioga/SP e faleceu no dia 9 de junho de 1977 em Bertioga/SP, aos 65 anos. Filho de Joaquim do Rosário e Antonia Lourenço do Rosario. Era casado desde 1933 com Sebastiana Geralda Santana (filha de Porfirio Ayres Pinheiro e Geralda Maria de Jesus), com quem teve os seguintes filhos: Zila, Dirce, Sonia, Romualdo, Darci, Vilma, Dilma e Valdir. No dia 3 de maio de 1964, um domingo, participou de um ato de profissionalismo e heroísmo. Por volta das 17 horas, 60 veranistas e 15 crianças aguardavam a lancha da Santense no pontão de Caruara, uma das paradas oficiais do itinerário. Quando a lancha “S-3” se aproximava, mas ainda sem atracar, o pontão não aquentou o peso das pessoas e a estrutura ruiu e todos em pânico afundaram nas águas do Canal de Bertioga. Imediatamente os tripulantes Romualdo Santana (Mestre), Vitor Manoel de Souza e Mário Apolinário, agindo com calma, resgataram todas as pessoas que estavam na água, mas três crianças precisaram ser levadas para a Santa Casa de Santos com ferimentos leves. Os prejuízos foram materiais, especialmente malas e rádios.

Sebastião Alexandre do Amparo

Filho de Alexandre Braga do Amparo e Maria Braga Amparo, nasceu em 4 de junho de 1881, em São Sebastião. Pai de Orestes Amparo e avô de Orestes Amparo Filho. Chegou em Bertioga em 1915, arrendando parte das terras da Irmandade dos Carmelitas Fluminense, que depois, em 1918, passaram para o domínio de Joaquim Tavares. Trabalhou com plantação de banana e depois com pesca. Eram tempos difíceis, onde tudo era feito com canoas a remo. As bananas eram exportadas para a Argentina. Na década de 1950, quando Sebastião Alexandre do Amparo já havia falecido, seu filho, Orestes, com o declínio do ciclo da banana, passou a vender o peixe que pescava, seco, em Santos. O neto, Orestinho (Tedi), com muito trabalho, tornou-se empresário de sucesso, diversificando os negócios em marina, loja de artigos de pesca, restaurante e pousada, nas mesmas terras do seu avô. Família centenária da Vila. Sebastião Alexandre do Amparo é um dos poucos moradores citados no Recenseamento de 1920.

Sebastião Fernandes do Rego

Sebastião Fernandes do Rego, aventureiro português que aportou ao Brasil com um único objetivo, ficar rico, seja lá como fosse. Rico sem dúvida ficou, porém à custa de uma vida plena de crimes, manipulações e trapaças. Logo na primeira remessa dos quintos reais, substituíram a carga de ouro por chumbo. É possível imaginar a vergonha do rei Dom João V lá em Lisboa, quando manda abrir os caixões, na presença de seus ilustres convidados e dá de cara com todo aquele chumbo cinzento em vez das esperadas barras douradas. Demorou um pouco, mas Sebastião do Rego acabou preso e levado à prisão do Limoeiro em Lisboa. Isso ocorreu em 1728. Gastou uma pequena parte da fortuna que já tinha acumulado distribuindo favores e propinas e logo retorna livre e feliz ao Brasil. Acontece que ele confessou que seu “laboratório, para as operações falsárias, ficava nas florestas de Bertioga, na velha Fazenda do Pelaes, junto ao Rio Itapanhaú, onde tinha sede os seus cúmplices e se processava a falsificação”, descreveu Francisco Martins dos Santos, em “Bertioga, histórica e legendária”.

Vicente de Carvalho

Vicente Augusto de Carvalho nasceu em Santos/SP no dia 5 de abril de 1866 e faleceu em Santos/SP no dia 22 de abril de 2024. Era filho do major Higino José Botelho de Carvalho, dono de uma loja de ferragens, e de Augusta Carolina Bueno (descendente de Amador Bueno). Foi jornalista, deputado, juiz, mas é lembrado principalmente como poeta. Viveu em Bertioga entre 1917 e 1923, em um sítio localizado no bairro do Indaiá, próximo a Capela do Indaiá. Sua propriedade foi posteriormente vendida para José Ermírio de Moraes. Deu nome à primeira escola de Bertioga (não existe mais) e ainda dá nome a primeira via asfaltada da cidade, a Avenida Vicente de Carvalho, onde originalmente ficava a histórica ponte de atracação e as vendas dos comerciantes libaneses.

Vicente Molinari

Na década de 1940 foi o principal empresário de pesca em Bertioga. Tinha diversos pescadores subordinados a ele e intermediava o comércio de pescados com o Mercado Municipal de Santos. Na década de 1950 foi Vereador em Santos e lutou por assuntos relativos a Bertioga.

Vitorina Luiza Ferreira

Vitorina Luiza Ferreira nasceu no dia 1º de setembro de 1914, em Santos/SP. Era conhecida como “Dona Vitorina”. Em 1942 foi aluna da Escola de Enfermeiras da Cruz Vermelha Brasileira de Santos. Formada, veio para Bertioga em 1946, para trabalhar no Posto de Puericultura, instalado pela Sociedade de Amparo aos Praianos de Bertioga, onde, atualmente, está o Centro de Saúde, na Rua João Ramalho. Segundo o Deputado Estadual Floriano Leandrini, foi nessa época, quando nem médico residente existia em Bertioga, que Dona Vitorina atuou intensamente no combate ao surto de malária, e nos casos mais graves, que exigiam internação, acompanhava corajosamente os doentes até Santos, numa cansativa viagem pelas lanchas da Santense. Foi a primeira profissional de saúde de Bertioga a ensinar noções de higiene aos moradores, especialmente aos alunos da rede pública de ensino. Depois dedicou-se profundamente à Igreja Católica da Vila e à evangelização das crianças. Cuidava de tudo sozinha nas décadas de 1950, 1960 e 1970, inclusive das missas, procissões e os eventos (como a encenação do Milagre das Luzes de Anchieta). Uma grande mulher. Um exemplo de vida, totalmente entregue e dedicada a Bertioga. Respeitada por todos os antigos. Uma unanimidade. Esquecida pela história. Lembrou Elizabete Bittencourt Abdalla que Dona Vitorina cantava durante as missas, sem instrumentos, apenas ecoando sua voz pelos cantos da igreja. Segundo Maria de Lourdes, filha de Epiphânio Batista (Faninho), em entrevista ao Costa Norte, “ela dava catecismo, organizava as crianças para a primeira comunhão e preparava a Festa de Maio da igreja, era muito querida por todos”. Conta Maria de Lourdes que em 1950, aos 11 anos, ela coroou Nossa Senhora ao lado de Dona Vitorina. Também engajada politicamente, foi uma das autoras do pedido de desmembramento do Distrito de Bertioga do Município de Santos, que resultou no plebiscito de 1958, mas pela pressão exercida pela Prefeitura de Santos, foi obrigada, posteriormente, formalizar por escrito a retirada de sua assinatura do pedido emancipacionista. Faleceu em Bertioga, no dia 27 de junho de 1985, aos 71 anos, e foi a última moradora que teve a honra de ser velada dentro da Igreja São João Batista.

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