Antônio Pedroso

O capitão Antônio Pedroso, possivelmente um português, foi agricultor e proprietário de grandes extensões de terras em Bertioga. Ele viveu no século XVIII (entre os anos de 1701 e 1800) e foi casado com Anna da Silva.

Não deve ser confundido com os bandeirantes “capitão Antônio Pedroso de Barros”, que faleceu em 1652 e era casado com Maria Pires de Medeiros, nem com o “capitão Antônio Pedroso Alvarenga”, falecido em 1643, casado com Ana Correia.

Segundo o Aviso Régio de 21 de outubro de 1817 Bertioga possuía inúmeras propriedades vinculadas ao capitão Antônio Pedroso e a seus herdeiros, ocupando uma ampla faixa litorânea, entre a Enseada de Bertioga e o Ribeirão Grande, abrangendo os sítios Cupára, Tapera Velha e Ribeirão.

O sítio Cupára, principal núcleo das posses familiares, media aproximadamente impressionantes 8,25 quilômetros de frente por igual medida de fundo, limitando-se de um lado com as terras de Francisco Cesarino e, do outro, com as de Catharina Ribeiro. Para ter uma ideia, a Praia da Enseada inteira tem aproximadamente 12 quilômetros. Essa área, equivalente a cerca de 68 quilômetros quadrados, pertencia aos herdeiros do capitão Antônio Pedroso, que a cultivavam com 17 escravizados, sendo uma das maiores propriedades rurais do litoral paulista no início do século XIX.

Outra gleba relevante era a Tapera Velha, com cerca de 660 metros de frente por 9,9 quilômetros de fundo, confrontando com terras de José de Souza e Anna de França. Também registrada em nome dos herdeiros do capitão, encontrava-se devoluta e sem cultivo à época.

Na mesma região, o registro de Ribeirão mencionava uma pequena área de 110 metros de frente por 9,9 quilômetros de fundo, confinando com as terras de Domingos Nunes e dos próprios herdeiros do capitão Antônio Pedroso. Essa gleba, contígua ao sítio Cupára, completava o conjunto das propriedades familiares.

Por fim, em Ribeirão Grande, aparecia outra faixa de terras com 440 metros de frente por 9,9 quilômetros de fundo, limitada de um lado pelos herdeiros do capitão Antônio Pedroso e, de outro, pelos do sargento-mor João Ribeiro da Silva.

Esses registros comprovam que o capitão Antônio Pedroso e seus descendentes foram responsáveis pela ocupação e domínio de grande parte das terras de Bertioga, formando uma extensa sesmaria litorânea que se estendia por várias léguas entre o mar e a serra, e que permaneceu sob controle da família por diversas gerações.

Em meados do século XIX (1801-1900) uma grande parcela dessas terras foi adquirida por José Pinto Florêncio de Campos.

Após o falecimento do casal Antônio Pedroso e Anna da Silva, as terras foram partilhadas entre os herdeiros, cabendo ao filho Francisco Pedroso a porção de 1,1 quilòmetro de terras no sítio Cupára. Ainda não conseguimos identificar os demais herdeiros.

Francisco Pedroso faleceu em 1827 e declarou em testamento ser casado com Anna Rosa e pai de Maria Luísa, casada com Bento José de Sampaio, e Francisco Pedroso, solteiro e militar. Com o falecimento de Anna Rosa e do filho solteiro, a herança passou a Bento José de Sampaio e sua esposa Maria Luísa Pedroso de Sampaio.

O casal teve como filho Joaquim José de Sampaio, casado com Florisbella Maria Prudente, de cuja união nasceram Laurinda Maria de Sampaio, Carolina Maria de Sampaio e Antônio José de Sampaio (este casado com Maria Prudente de Sampaio). Os três irmãos herdaram as terras de Francisco Pedroso.

Laurinda Maria de Sampaio, faleceu em 1934, foi casada com Joaquim Luiz do Nascimento, e teve como herdeiros: