A Escola Municipal instalada pela Prefeitura de Santos – 1906
A Prefeitura de Santos promulgou no dia 14 de novembro de 1906, a Lei Municipal nº 242, que criava a “Escola de Instrução Primária para o sexo masculino no bairro da Bertioga”. Os dois primeiros cargos específicos de Professor para Bertioga foram criados pela Lei Municipal nº 481, de 18 de outubro de 1911, mas desde 1907 os meninos já eram assistidos por Professores de Santos.
O ato foi assinado pelo Prefeito Carlos Augusto de Vasconcellos Tavares. Foi fixado o ordenado mensal (salário) do Professor no valor de cento e cinquenta mil réis.
A Lei Municipal nº 550, de 28 de outubro de 1914, que orçou a receita e fixou a despesa da Câmara Municipal de Santos previu recursos orçamentários para pagamento das despesas com pessoal, indicando a existência de dois Professores em Bertioga.
Foram instaladas duas escolas em Bertioga, destinadas exclusivamente ao sexo masculino. Uma ficava na Vila de Bertioga, tendo suas aulas iniciado em 1907, e a outra no Indaiá (Enseada), com início das aulas em 1908. A escola da Vila era municipal e a escola da Enseada era estadual, mas as duas tinham professores designados pela Prefeitura de Santos.
Não existiam imóveis públicos específicos, destinados exclusivamente para o funcionamento dessas escolas. Elas funcionavam em locais emprestados pelos moradores, geralmente alguns cômodos das casas, visto que essas escolas não contavam com nenhuma equipe de apoio, a não ser a presença do Professor. Nossa pesquisa não conseguiu identificar em quais locais essas escolas funcionaram entre 1906 e 1924.
A partir de orientações da Fundação Arquivo e Memória de Santos, consultamos as publicações originais e oficiais da Prefeitura de Santos e descobrimos os nomes de alguns Professores que passaram por Bertioga nesta época.
Consta do jornal “O Diário de Santos” que Onofre Leite foi designado para ocupar o cargo de professor em Bertioga no ano de 1907, em função do falecimento do professor que estava na função.
Na Escola Municipal do sexo masculino de Bertioga, no ano de 1907, foram seus professores Onofre Leite (titular) e Gabriel Bento de Oliveira Filho (substituto). O Inspetor Literário em 1907 era Estácio Correia.
Em 1908, eram Professores da Escola Municipal do sexo masculino de Bertioga Onofre Leite (titular) e Gabriel Bento de Oliveira Filho (substituto). Na Escola Estadual do sexo masculino da Enseada de Bertioga eram os Professores Vicente Quintino Duarte (titular) e Manoel Ferreira Mattos (substituto).
O exame realizado em 1908 aprovou todos os alunos. Aprovados com “distinção”: José Felisberto Garcez, João Antunes Ponto e João Francisco de Paula. Foram aprovados “plenamente”: João Anastácio dos Santos Hemérito, José Marcellino, Nicolau Antunes Pinto, João Marcellino dos Santos. E foram aprovados “simplesmente”: Luiz Antonio Laurindo, Zacharias Henriques dos Santos, José Marcellino, Arthur Francisco de Paula, Mario Affonso Telles, João Ferreira, Aurino Francisco da Cruz, Lauro Pereira, Antonio Alves de Oliveira e Constantino José Pedro.
Em 1910 atuavam como Professores da Escola Municipal do sexo masculino de Bertioga Marina Leite de Moraes (titular) e Mario Pinto (substituto) e na Escola Estadual do sexo masculino da Enseada de Bertioga eram os Professores Vicente Quintino Duarte (titular) e Gabriel Bento de Oliveira (substituto).
Marina Leite de Moraes era filha do Professor Onofre Leite, falecido em 1909. Ela permaneceu em Bertioga como Professora titular de 1910 até 1926, quando faleceu no dia 9 de fevereiro, em Santos.
Até 1910 o Inspetor de Ensino era Francisco Amancio de Oliveira. A partir de 1911 o Inspetor de Ensino passa a ser Delphino Stockler de Lima. No mesmo ano, a Escola do sexo masculino de Bertioga é transformada em escola mista, para ambos os sexos.
Em 1912 atuavam como Professores da Escola Municipal do sexo masculino de Bertioga Marina Leite de Moraes (titular) e Olivia de Moraes Pinto (substituta) e na Escola Estadual do sexo masculino da Enseada de Bertioga eram os Professores Mario Moraes (titular) e Gabriel Bento de Oliveira Filho (substituto).
Em 1913 atuavam como Professores em Bertioga Olivia de Moraes Pinto (titular) e Semirante Moreira (substituto).
No exame realizado em 1913 foram aprovados com “distinção” Mario Leite, Maria Candida e Phipolema de Oliveira. Aprovados “plenamente” Aristeu Tavares, Lucilia Campos, Domingo Ramos, Jayme Piloto, Mathias Guimarães, Alberto Pinto, Brasilio de Paula, Silveria Santos, Olga Piloto, Pedro Ludgero, Indalecio Jesus, Leonor Santos, Adelaide de Andrade, Benedicta Piloto, João Andrelino, Hermelinda Neves dos Santos e Benedicta dos Santos. Um dos examinadores, o Professor Abel de Castro, escreveu no livre de visitas: “se em todos os recantos do Brasil , afastados como este em onde me encontro, houvesse escolas, tão bem instaladas e tão bem regidas, outro e mais brilhante seria o futuro desta pátria, embora o seu progresso seja constante. Felicito a Câmara Municipal de Santos e a digna Professora pelos resultados que constatei”.
Em 1914 atuavam como Professores da Escola Municipal do sexo masculino de Bertioga Marina Leite de Moraes (titular) e Eliza Stockler de Araujo (substituta) e na Escola Estadual do sexo masculino da Enseada de Bertioga eram os Professores Mario Moraes (titular) e Gabriel Bento de Oliveira Filho (substituto).
Em 1915 atuavam como Professores da Escola Municipal do sexo masculino de Bertioga Marina Leite de Moraes (titular) e Iracema Miller de Azevedo Marques (substituta) e na Escola Estadual do sexo masculino da Enseada de Bertioga eram os Professores Mario Moraes (titular) e Gabriel Bento de Oliveira Filho (substituto).
Em 1917 atuavam como Professores da Escola Municipal do sexo masculino de Bertioga Marina Leite de Moraes (titular) e Risoleta Porchat de Assis (substituta) e na Escola Estadual do sexo masculino da Enseada de Bertioga eram os Professores Mario Moraes (titular) e Eugenio Porchat de Assis (substituto).
Em 1919 atuavam como Professores da Escola Municipal do sexo masculino de Bertioga Marina Leite de Moraes (titular) e Eliza Stockler de Lima (substituta). Ainda em 1919, Albertina Fernandes é nomeada, interinamente, como substituta. Já na Escola Estadual do sexo masculino da Enseada de Bertioga eram os Professores Mario Moraes (titular) e Gabriel Bento de Oliveira Filho (substituto).
Em 1920 atuavam como Professores da Escola Municipal do sexo masculino de Bertioga Albertina Fernandes (titular) e Eliza Stockler de Araujo (substituta) e na Escola Estadual do sexo masculino da Enseada de Bertioga eram os Professores Iperoig Dias Villela (titular) e João Ozório da Fonseca (substituto).
Em 1921 atuavam como Professores da Escola Municipal do sexo masculino de Bertioga Marina Leite de Moraes (titular) e Celso da Cunha Alves (substituto) e na Escola Estadual do sexo masculino da Enseada de Bertioga eram os Professores Iperoig Dias Villela (titular) e José Olivar da Silva (substituto).
Em 1923 atuavam como Professores da Escola Municipal do sexo masculino de Bertioga Marina Leite de Moraes (titular) e Ida de Breyne (substituta) e na Escola Estadual do sexo masculino da Enseada de Bertioga eram os Professores Iperoig Dias Villela (titular) e Leopoldina S. Araujo (substituta).
Em 1924 atuavam como Professores da Escola Municipal do sexo masculino de Bertioga Marina Leite de Moraes (titular) e Iracema Marques (substituta) e na Escola Estadual do sexo masculino da Enseada de Bertioga eram os Professores Iperoig Dias Villela (titular) e Eliza C. Araujo (substituta).
Em 1924, sob a coordenação de Delphino Stockler de Lima, foram avaliados e aprovados: Benedicto Amancio, Epiphanio Baptista, Mario Ignacio. José Epiphânio, João Eduardo, Romualdo Sant’Anna, Pheni Hora, Luiz Lemes, Benedicta Mauricia, Thereza Calvo, Nestor do Amparo, Marcolina Mervurges, Carminda do Amparo, Laura Sanches, Carmen Sanches, Maria Sanches, entre outros.
Em 1925, Antonio Costa Barros é transferido da Escola do Bairro do Iporanga para a cadeira de Professor titular da Escola da Enseada de Bertioga (Indaiá), por onde permaneceu por mais de dez anos.
E em 1926, Iperoig Dias Villela torna-se titular e Odila Bittencourt substituta, na Escola de Bertioga.
Essa Escola Municipal somente viria a ter uma casa destinada a educação dos alunos em 1924, quando a Colônia de Pescadores emprestou a sua sede para essa finalidade. Em 1942 a Prefeitura de Santos constrói em frente à praia um prédio exclusivamente com recursos públicos para servir como escola municipal, em condições adequadas de ensino, recreação e higiene.
O Professor Delphino Stockler de Lima, um dos nomes mais respeitados do ensino público de Santos, começou como titular da disciplina de Matemática, tornando-se, posteriormente, Inspetor de Instrução Municipal, atuando com profunda dedicação nas escolas de Bertioga nas décadas de 1920 e 1930. Inúmeros estudantes foram avaliados e aprovados sob a supervisão do Professor Delphino. Foi nomeado como Diretor de Ensino de Santos em 1939, aposentando-se em 1941.
A Escola da Praia de São Lourenço era mista (meninos e meninas), de gestão estadual e a professora responsável, em 1939, era Oriete Bueno Duarte.