A Capela de São João Batista - 1740
O Vigário de Santos, João da Rocha Moreira, com o dinheiro que ele juntou ao longo da vida, deixou registrado em “testamento” a construção de uma capela em Bertioga em homenagem à São João Batista.
Ela foi construída por ordem do Bispo do Rio de Janeiro Dom Frei Antonio de Guadalupe. A ordem foi emitida em 12 de outubro de 1725, mas somente recebeu a benção de inauguração em 1º de abril de 1740. Estava localizada em frente à praia da Enseada de Bertioga, próxima ao Forte, onde hoje está a Casa da Cultura.
Mas pouco tempo depois, em 1769, a Capela foi parcialmente destruída por uma grande ressaca, que inclusive danificou o Forte de São Thiago (Forte São João), informação que foi passada à Coroa Portuguesa, com desenho e relatório.
É em função dessa capela que o Forte São Thiago recebeu o nome de Forte São João, pois a imagem de madeira de São João que estava na “Capela” de São João Batista foi levada para a “Capela” do Forte São Thiago, que então passou a ser chamado pelos moradores de Forte São João. Deveria existir uma imagem de São Thiago na Capela do Forte, mas não se sabe o fim que ela levou.
As ruínas da Capela de São João Batista foram removidas nas obras de 1940 para construção da Escola Isolada Mista Vicente de Carvalho. Segundo o IPHAN, em uma reforma realizada pela Prefeitura de Bertioga na Casa da Cultura, mesmo local onde ficava a Capela, foram encontrados vestígios que seriam de suas ruínas.
O campo santo (cemitério) começa a se desenvolver a partir da instalação da Capela de São João Batista. Os cristãos buscavam enterrar seus parentes o mais próximo possível de templos religiosos. Assim foi com os moradores de Bertioga, sepultados próximos a Capela de São João Batista. Mesmo após a ressaca de 1769, que destruiu a Capela, continuou o local sendo usado como cemitério até 1935, quando uma sequência de novas ressacas obriga a mudança para o local atual.
Mas muito antes, nos séculos XVI e XVII, os raros sepultamentos deviam ocorrer mais perto do Forte, também em frente à praia, bem ao lado do quartel do Forte, onde estava a Capela de São Thiago. É possível teorizar que ali, onde hoje está o Parque dos Tupiniquins, e que foi a pensão do casal Bertha e Germano Besser e o restaurante Zezé e Duarte, fosse um campo santo, para sepultamento de soldados, colonos e indígenas catequisados e seus descendentes.